gavião de
duas cabeças
Um canto de morte convida o público a adentrar no espetáculo. Discursos reais da atualidade política brasileira são costurados pelas falas da atriz, que viveu durante cinco anos na Amazônia, com o povo Kamayura. De um lado o discurso urbano-ruralista, de outro o do índio em prol da sobrevivência e ainda o da atriz questionando o seu lugar no encontro com a alteridade. O gavião de duas cabeças – ave que devora os índios mesmo depois da morte, é a representação do capital: aquele que destrói a natureza pela ambição de um progresso desmedido e o desejo pela mercadoria. Como é possível nos colocar no lugar do outro? O que é essencial para vivermos? Uma obra de resistência poética e política, um acontecimento teatral.
Andreia Duarte trouxe à cena a experiência que teve de morar cinco anos com o povo Kamaiurá, quando se mudou aos 21 anos para a aldeia no Parque Indígena do Xingu (MT). O projeto inicial de montar um espetáculo tornou-se realidade em 2015, quando a peça começou a ser criada em parceria com a diretora Juliana Pautilla. As artistas perceberam, então, a possibilidade de aprofundarem suas pesquisas pessoais sobre corpo e política, motivadas por temas e questões que envolvem os indígenas no Brasil. A dupla iniciou novas parcerias com profissionais de diferentes áreas (como vídeo, música e direção de arte) e optou por concretizar o trabalho a partir de mostras de work in progress que foram apresentadas em espaços diversos em 2015 até a sua estreia em 2016. O espetáculo tece a duração de três anos.
A realização passou pelos seguintes lugares:
COMO PROCESSO ABERTO (2015 - 2016)
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Primavera nos Museus (Tiradentes/MG),
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Espaço Esquyna (BH/MG)
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Complexo Cultural Funarte (SP),
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Festival Breves Cenas de Manaus (AM)
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Edital “Cena Aberta” Funarte SP, Teatro de Arena Eugênio Kusnet, de 14 à 17 de abril de 2016. (SP)
A PARTIR DA ESTREIA (2016 - 2019)
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Funarte, 2016. (SP)
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Teatro Marília, 2016 (BH / MG)
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Moteh (Mostra de Teatro e Direitos Humanos), 2016. (BH / MG)
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Espetáculo Convidado do Festival Bh in solos, 2016. (BH / MG)
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ATL – Acampamento Terra Livre, maior mobilização indígena do Brasil, em 25 de abril de 2017 (Apoio ISA e CTI). (BSB / Distrito Federal).
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Temporada na SP Escola de Teatro, 2017. (SP)
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Oswald de Andrade – apresentação e workshop, 2017. (SP)
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Solos de quintal, 2017. (Dourados / MT)
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Projeto ZAZ, 2018 / (BH / MG)
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Le Manifest – FR, 2018 com a presença do líder indígena Davi Kopenawa.
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Espetáculo convidado do Mono-Festival. Realização 28 Patas Furiosas. 2018. (SP).
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Apresentação Sesc Pompéia no TePI – Teatro e os povos indígenas, 2018 (SP).
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Abril Indígena - Sesc Taubaté, 26 de abril de 2019. (Taubaté / SP).
Projetos do Gavião (versão inglês, francês e português)
FICHA TÉCNICA
IDEALIZAÇÃO E ATUAÇÃO
Andreia Duarte
DIREÇÃO E PREPARAÇÃO CORPORAL
Juliana Pautilla
DRAMATURGIA E CENOGRAFIA
Andreia Duarte e Juliana Pautilla
DIREÇÃO E PRODUÇÃO DE ARTE
Alice Stamato
TRILHA SONORA ORIGINAL
Carlinhos Ferreira
CRIAÇÃO E OPERAÇÃO DE LUZ
Lucas Pradino
CRIAÇÃO DE VÍDEO
Natália Machiavelli e Daniel Carneiro
OPERAÇÃO DE SOM E VÍDEO
Juliana Pautilla
REGISTRO EM VÍDEO
Daniel Carneiro, Robson Timóteo e Anderson Chocks
FOTOGRAFIA
Fernanda Procópio e Carolina Monteiro
CRIAÇÃO GRÁFICA
Daniel Carneiro
REALIZAÇÃO
Juliana Pautilla e OUTRA MARGEM